Assabido Rhoden
Pode-se afirmar que o tema da pessoa humana, a busca de uma filosofia política e as relações entre filosofia e ciência são as questões essenciais com que se defrontou o pensamento filosófico brasileiro.
1. O Problema do Homem, Como Pessoa.
a) O homem como liberdade: esta idéia tem forte indício no pensamento dos índios que presavam a liberdade.
A Filosofia Moderna, principalmente, em Kant, que vê o homem no ângulo da liberdade. Aparece em Portugal durante a crise da Escolástica, quando aparece o liberalismo político de Silvestre Pinheiro Ferreira, onde se projeta toda problemática da liberdade. E também do Ecletismo de Maine de Biran e Victor Cousin. O Ecletismo foi a filosofia principal durante o 2º Império, doutrina que louva orespeito à pessoa humana, seu maior representante foi Domingos Gonçalves de Magalhães.
b) O Homem Como Consciência: Tem também uma base no pensamento dos índios que possuíam uma profunda consciência de sua liberdade.
Durante o 2º Império pela década de 70 (1870) o Ecletismo começou a ser contestado pelo aparecimento de idéias novas, entre eles o Positivismo. Para fazer oposição ao positivismo no Brasil e superá-lo, Tobias Barreto retoma a metafísica e vê o homem como alguém que escolhe um fim e para ele se orienta. Vê o homem como consciência, no culturalismo que inaugura no Brasil, que tem sua origem no neokantismo. Tobias Barreto queria superar o positivismo no seu determinismo e autoritarismo pelo culturalismo. O Neotomismo como o Culturalismo tem a visão do homem como consciência e como intencionalidade. Mais tarde principalmente com Djacir Menezes e Miguel Reale.
A filosofia moderna considera a religiosidade como uma questão da consciência individual.
Os marxistas e espiritualistas vêm a consciência e a intencionalidade com ângulo diverso. Álvaro Vieira Pinto, marxista vê a como consciência-reflexo na visão russa e não pelo idealismo alemão. Os espiritualistas (como Henrique Lima Vaz, mesmo comunista) querendo levar mais longe o entendimento do homem, partiram da consciência, desde que suscitaram o tema da ontologia e recolocar o homem na dependência de Deus e na Tradição Judaico-Cristã, como diz Max Weber: o homem tem a missão de erigir na terra uma obra digna da Glória de Deus. Henrique Lima Vaz, diz que a raiz da liberdade está na universalidade da Consciência. Por fim, ele optou pelo Socialismo Totalitário.
O problema da Pessoa Humana estava presente nos dois ciclos da meditação brasileira. E também a questão moral, como algo essencial ao homem.
O 1º ciclo, vai da reação anti-escolastica da segunda metade do Séc. XVIII à formação da corrente eclética, cujo apogeu coincide com a época Imperial, pelos meados do Séc. XIX.
O 2º ciclo, abrange a fase de ascensão do positivismo a partir da República.
2. A Filosofia Política.
O Liberalismo é a filosofia política da época moderna. Doutrina do Séc. XVII, Locke, Adam Smith, Keynes. Sua idéia principal é a representatividade política. Que logo evoluiu para sua democratização. Após a 1ª Guerra Mundial abandona-se a “Laissez-Faire”, e entram determinadas tarefas do Estado.
No Brasil, o liberalismo entra em fins do Séc. VIII e começo do séc. XIX, com Paulo José Soares. Principalmente depois da independência. Silvestre Pinheiro Ferreira em Portugal e no Brasil provocou a constitucionalidade e no Brasil Império a Constituição e o Parlamentarismo.
O Positivismo com seu autoritarismo, entrou principalmente na República com Benjamim Constant. O Castilhismo no Rio Grande do Sul, com Julho de Castilho, Borges de Medeiros, Getulio Vargas, que também estava ligado ao tenentismo. O positivismo diz não à representatividade.
O Tradicionalismo muito ligado à Igreja Católica. Seus principais intelectuais Jackson de Figueiredo, Dom Leme. Amoroso Lima. É uma doutrina que pretende refutar as doutrinas Contratualistas. Recusa o apriorismo e baseia-se na experiência histórica, valorizando a tradição. É um conservadorismo. Entrou na República com a separação da Igreja do Estado. Mais tarde os franciscanos das “Vozes” passaram do tradicionalismo para uma primária pregação socialista. A intervenção do Governo Federal, em 1923 no Rio Grande do Sul, foi um movimento liberal. Em 30 Getulio Vargas levou o Castilhismo ao plano nacional. Com sua queda em 1945 as idéias liberais não se fortaleceram. Por isso, em 1964, voltou o autoritarismo, mas nos anos setenta começa a curva ascensorial da idéia liberal.
A fase atual caracteriza-se pelo renascimento da idéia liberal com Vicente Barreto, Roque Spencer, Maciel de Barros. O liberalismo é abordado no seu processo de democratização. Duas propostas de índole liberal caminham para a plena estruturação: o neocapitalismo e a democracia social.
3. Relação entre Filosofia e Ciência.
Mesmo com a relação de filosofia e ciência, a acepção de Pessoa Humana comanda o processo. a) Num primeiro momento, chega-se a uma conceituação da Ciência como saber operativo, não mais inquirição ontológica, mas experimental.
b) Na relação filosofia e ciência, no período pós
Independência (séc. XIX), desaparece o entendimento inicial. A ciência transforma-se em objeto de discurso, tanto no ecletismo como no positivismo.
c) O positivismo recebe crítica como filosofia das ciências, por se fechar em cima das ciências naturais, com exclusão das ciências sociais.
O positivismo, com seu espírito cientificista, onde seu tom geral é de que o saber está feito, cabendo apenas reparos diminutos na “construção do mestre” (Comte). O seu determinismo põe relevo as chamadas sínteses objetiva, a lei dos três estados e subjetiva, a religião da humanidade.
d) atualmente, há uma coexistência de uma adequada conceituação da ciência pelas correntes filosóficas mais representativas, como a neotomista, a neopositivista e da culturalista, com a permanência do conceito oitocentista e positivista nas ciências sociais. Há, porém, a necessidade de superar a idéia positivista de que a filosofia é uma disciplina sem objetivo próprio, e, por isso, sem ela poderá haver ciência operativa de totalidades, tais como a natureza, o homem ou a sociedade.
O presente esboço é uma síntese dos problemas com que se defrontou e ainda se defronta a meditação filosófica brasileira. (cf. Antônio Paim. História das idéias Filosófica no Brasil. 1984, p. 18-188).
Pode-se afirmar que o tema da pessoa humana, a busca de uma filosofia política e as relações entre filosofia e ciência são as questões essenciais com que se defrontou o pensamento filosófico brasileiro.
1. O Problema do Homem, Como Pessoa.
a) O homem como liberdade: esta idéia tem forte indício no pensamento dos índios que presavam a liberdade.
A Filosofia Moderna, principalmente, em Kant, que vê o homem no ângulo da liberdade. Aparece em Portugal durante a crise da Escolástica, quando aparece o liberalismo político de Silvestre Pinheiro Ferreira, onde se projeta toda problemática da liberdade. E também do Ecletismo de Maine de Biran e Victor Cousin. O Ecletismo foi a filosofia principal durante o 2º Império, doutrina que louva orespeito à pessoa humana, seu maior representante foi Domingos Gonçalves de Magalhães.
b) O Homem Como Consciência: Tem também uma base no pensamento dos índios que possuíam uma profunda consciência de sua liberdade.
Durante o 2º Império pela década de 70 (1870) o Ecletismo começou a ser contestado pelo aparecimento de idéias novas, entre eles o Positivismo. Para fazer oposição ao positivismo no Brasil e superá-lo, Tobias Barreto retoma a metafísica e vê o homem como alguém que escolhe um fim e para ele se orienta. Vê o homem como consciência, no culturalismo que inaugura no Brasil, que tem sua origem no neokantismo. Tobias Barreto queria superar o positivismo no seu determinismo e autoritarismo pelo culturalismo. O Neotomismo como o Culturalismo tem a visão do homem como consciência e como intencionalidade. Mais tarde principalmente com Djacir Menezes e Miguel Reale.
A filosofia moderna considera a religiosidade como uma questão da consciência individual.
Os marxistas e espiritualistas vêm a consciência e a intencionalidade com ângulo diverso. Álvaro Vieira Pinto, marxista vê a como consciência-reflexo na visão russa e não pelo idealismo alemão. Os espiritualistas (como Henrique Lima Vaz, mesmo comunista) querendo levar mais longe o entendimento do homem, partiram da consciência, desde que suscitaram o tema da ontologia e recolocar o homem na dependência de Deus e na Tradição Judaico-Cristã, como diz Max Weber: o homem tem a missão de erigir na terra uma obra digna da Glória de Deus. Henrique Lima Vaz, diz que a raiz da liberdade está na universalidade da Consciência. Por fim, ele optou pelo Socialismo Totalitário.
O problema da Pessoa Humana estava presente nos dois ciclos da meditação brasileira. E também a questão moral, como algo essencial ao homem.
O 1º ciclo, vai da reação anti-escolastica da segunda metade do Séc. XVIII à formação da corrente eclética, cujo apogeu coincide com a época Imperial, pelos meados do Séc. XIX.
O 2º ciclo, abrange a fase de ascensão do positivismo a partir da República.
2. A Filosofia Política.
O Liberalismo é a filosofia política da época moderna. Doutrina do Séc. XVII, Locke, Adam Smith, Keynes. Sua idéia principal é a representatividade política. Que logo evoluiu para sua democratização. Após a 1ª Guerra Mundial abandona-se a “Laissez-Faire”, e entram determinadas tarefas do Estado.
No Brasil, o liberalismo entra em fins do Séc. VIII e começo do séc. XIX, com Paulo José Soares. Principalmente depois da independência. Silvestre Pinheiro Ferreira em Portugal e no Brasil provocou a constitucionalidade e no Brasil Império a Constituição e o Parlamentarismo.
O Positivismo com seu autoritarismo, entrou principalmente na República com Benjamim Constant. O Castilhismo no Rio Grande do Sul, com Julho de Castilho, Borges de Medeiros, Getulio Vargas, que também estava ligado ao tenentismo. O positivismo diz não à representatividade.
O Tradicionalismo muito ligado à Igreja Católica. Seus principais intelectuais Jackson de Figueiredo, Dom Leme. Amoroso Lima. É uma doutrina que pretende refutar as doutrinas Contratualistas. Recusa o apriorismo e baseia-se na experiência histórica, valorizando a tradição. É um conservadorismo. Entrou na República com a separação da Igreja do Estado. Mais tarde os franciscanos das “Vozes” passaram do tradicionalismo para uma primária pregação socialista. A intervenção do Governo Federal, em 1923 no Rio Grande do Sul, foi um movimento liberal. Em 30 Getulio Vargas levou o Castilhismo ao plano nacional. Com sua queda em 1945 as idéias liberais não se fortaleceram. Por isso, em 1964, voltou o autoritarismo, mas nos anos setenta começa a curva ascensorial da idéia liberal.
A fase atual caracteriza-se pelo renascimento da idéia liberal com Vicente Barreto, Roque Spencer, Maciel de Barros. O liberalismo é abordado no seu processo de democratização. Duas propostas de índole liberal caminham para a plena estruturação: o neocapitalismo e a democracia social.
3. Relação entre Filosofia e Ciência.
Mesmo com a relação de filosofia e ciência, a acepção de Pessoa Humana comanda o processo. a) Num primeiro momento, chega-se a uma conceituação da Ciência como saber operativo, não mais inquirição ontológica, mas experimental.
b) Na relação filosofia e ciência, no período pós
Independência (séc. XIX), desaparece o entendimento inicial. A ciência transforma-se em objeto de discurso, tanto no ecletismo como no positivismo.
c) O positivismo recebe crítica como filosofia das ciências, por se fechar em cima das ciências naturais, com exclusão das ciências sociais.
O positivismo, com seu espírito cientificista, onde seu tom geral é de que o saber está feito, cabendo apenas reparos diminutos na “construção do mestre” (Comte). O seu determinismo põe relevo as chamadas sínteses objetiva, a lei dos três estados e subjetiva, a religião da humanidade.
d) atualmente, há uma coexistência de uma adequada conceituação da ciência pelas correntes filosóficas mais representativas, como a neotomista, a neopositivista e da culturalista, com a permanência do conceito oitocentista e positivista nas ciências sociais. Há, porém, a necessidade de superar a idéia positivista de que a filosofia é uma disciplina sem objetivo próprio, e, por isso, sem ela poderá haver ciência operativa de totalidades, tais como a natureza, o homem ou a sociedade.
O presente esboço é uma síntese dos problemas com que se defrontou e ainda se defronta a meditação filosófica brasileira. (cf. Antônio Paim. História das idéias Filosófica no Brasil. 1984, p. 18-188).
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